Policiais militares e bombeiros vão cruzar os braços na próxima terça-feira. A ação é uma forma de pressionar o Governo do Estado para atender a pauta de reivindicações dos policiais. Parte do efetivo está acampado, há mais de uma semana, em frente à Governadoria. Entre as exigências para não deflagrar uma greve – a exemplo do que ocorreu na Bahia – os militares querem a convocação dos 824 policiais aprovados no último concurso realizado em 2005.
O soldado M. Ribeiro é um dos policiais que está acampado no Centro Administrativo. Há mais de uma semana, ele dorme em uma das mais de 20 barracas armados no gramado em frente à sede do Poder Executivo estadual. “Trouxe minha família e até a cachorra está aqui. O Governo precisa ouvir nossas reivindicações. Nosso protesto é em nome não apenas da instituição, mas da sociedade potiguar”, diz.
Os PMs e Bombeiros querem a aprovação do Projeto de Lei de Promoção de Praças – principal medida defendida pelos militares estaduais – como também o reajuste de 15% do subsídio, que há dois anos não é feito pelo Estado, devido enquadramento dos níveis remuneratórios; pagamento do terço de férias ainda referente a 2012; integralização dos vencimentos dos que foram promovidos e ainda não recebem de acordo com a graduação; revisão da lei e reajuste da Diária Operacional; admissão de etapa alimentação como verba indenizatória; revisão do estatuto da PM em relação à carga horária e substituição do Regulamento Disciplinar da PM pelo Código de Ética.
“Todas essas reivindicações estavam sendo deixadas de lado pelos militares da polícia e corpo de bombeiros em nome da aprovação da Lei de Promoção de Praças. Infelizmente, o Governo não está entendendo a necessidade de atendimento à demanda, de modo que, a partir do dia 22, os praças decidiram paralisar suas atividades de policiamento ostensivo, já que consideram a medida justa e necessária e infelizmente não há outra alternativa”, explica o presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros do RN (ASSPMBM/RN), Eliabe Marques.
Apesar da paralisação marcada para a próxima terça-feira, o comandante da PM/RN, coronel Araújo, não acredita que os policiais vão parar definitivamente. “As exigências são legais. Os praças e oficiais precisam de promoção. Assim como a instituição precisa de concurso público. No entanto, não acredito que haverá greve na PM do Rio Grande do Norte”, diz.
A reportagem entrou em contato, através de e-mail, com a secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) para saber qual posicionamento da pasta diante da possibilidade de greve e como estaria a situação dos 824 concursados aprovados em 2005. Até o fechamento desta edição, no entanto, a Sesed não havia enviado respostas.
TRIBUNA DO NORTE
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