sexta-feira, 23 de maio de 2014

PMs ameaçam paralisação geral na próxima terça-feira se não tiverem reposição salarial

Os policiais e bombeiros militares do Rio Grande do Norte ameaçam uma paralização geral por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (27). A categoria, segundo o soldado PM Roberto Campos, presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS) da PM/RN, aguarda apenas uma resposta favorável do governo do Estado às suas reinvindicações. Sobretudo, quanto à reposição das perdas salariais desde 2012 referentes à criação do subsídio de remuneração dos militares.
Roberto Campos informa que está marcada para às 16h desta sexta-feira (23) uma reunião de representantes da categoria com o secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social, o general Eliéser Girão.  “Se o governo não nos trouxer, nessa reunião, respostas concretas e satisfatórias, teremos que partir para a paralização”, enfatiza o presidente da ACSPM/RN.
Sobre a possibilidade de ocorrer saques a estabelecimentos comerciais e depredações durante a paralisação, tal como houve na região metropolitana de Recife (PE) na semana passada, o soldado afirma que “será exclusivamente por falta de diálogo do governo com a categoria. Toda e qualquer responsabilidade deverá ser do Estado. Estamos dando a oportunidade ao governo de fazer diferente do resto do país. Somos a única categoria que avisa que vamos paralisar em todo o Brasil, mostrando que estamos totalmente dispostos ao diálogo”.
O ponto principal de reinvindicação da vez, conforme Roberto Campos, é o encaminhamento de uma proposta de reposição salarial de 56,7% referentes à remuneração por subsídio, criada em 2012. “Sem esse ponto estar bem definido, iremos paralisar. Essa é uma pauta imprescindível”.
Na última terça (20), a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de Lei Regime de Promoção dos Praças  da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado. Contudo, segundo o presidente da ACSPM/RN, essa não é a única pauta dos militares. Outros pontos são: o fim imediato das quentinhas; reajuste das diárias operacionais, que atualmente custam R$ 50, bem como a garantia do pagamento em dia; a revisão do estatuto da PM e a substituição do regulamento disciplinar da PM por um código de ética.

Indicativo de paralisação foi decidido em assembleia nesta quinta-feira (Foto: Paulo de Sousa)
Indicativo de paralisação foi decidido em assembleia nesta quinta-feira (Foto: Paulo de Sousa)

Independente do resultado dessa reunião que ocorrerá nesta sexta, haverá uma assembleia geral dos PMs e Bombeiros em frente à governadoria na manhã do próximo sábado (24). “Se o resultado não nos for favorável, já ficaremos acampados ali até a terça, quando anunciaremos a paralisação geral”, diz o soldado PM. Tal posicionamento foi definido em assembleia da categoria ocorrida nesta quinta-feira (22), no Clube Tiradentes.
Roberto Campos comenta ainda que a categoria não teme represálias da Justiça, no sentido de declarar inconstitucional a paralisação, ou sanções administrativas, como possíveis licenciamentos dos quadros da PM ou do Corpo de Bombeiros do RN. “A nossa polícia chegou ao limite. Se for preciso fazer a paralisação, iremos à frente e lutaremos na Justiça por qualquer decisão contrária ao movimento”.
Fonte: Portal No Ar

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